Araraquara registra letalidade abaixo de 1% - Edinho Silva
Seta topo ações contra a covid-19

Araraquara registra letalidade abaixo de 1%

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Araraquara registrou, nesta sexta-feira, dia 24 de julho, taxa de letalidade por Covid-19 abaixo de 1%. O número reforça a posição de Araraquara como a cidade com mais 100 mil habitantes do estado de São Paulo com menor número de óbitos por casos confirmados pelo novo coronavírus.

“Este índice nos faz ter a certeza de que estamos no caminho certo. Desde o início da pandemia, o nosso foco foi salvar vidas. Ficamos satisfeitos em ver resultados de tanto esforço, mas também nos deixa claro que não podemos nos acomodar. A cidade está organizada para o enfrentamento à Covid-19, mas ainda não vencemos a luta contra o vírus”, destaca Edinho.

Há 10 dias, o governo estadual já havia destacado Araraquara como cidade com a menor taxa de óbitos por Covid-19. Na ocasião, dia 14 de julho, a taxa estava em 1,17%. Hoje, 24 de julho, de acordo com o boletim do Comitê de Contingência do Coronavírus Araraquara, a cidade registra 1.604 casos confirmados, com 16 óbitos, ou seja, taxa de letalidade em 0,99%.

Esse índice também é menor que a letalidade do Brasil, de 3,66% (84.440 óbitos entre 2.303.661 casos confirmados), do estado de São Paulo, de 4,62% (20.894 óbitos e 452.007 casos) e até de outros países, como Estados Unidos (3,50%), Alemanha (4,46%), Coreia do Sul (2,13%), Portugal (3,44%), Espanha (8,89%) e Itália (14,29%).

Para a secretária de Saúde e coordenadora do Comitê de Contingência do Coronavírus de Araraquara, Eliana Honain, os números são resultados de uma série de ações iniciadas ainda em março para o combate ao novo coronavírus, dentre elas, destaque para a ampla capacidade de testagem da população e para a estrutura física de leitos de enfermaria e UTI criada pela Prefeitura, que permite hoje que a cidade faça a chamada internação preventiva, antecipando os protocolos de enfrentamento à doença.  

Com apoio dos laboratórios da Unesp e Uniara, a cidade está acima da média nacional e estadual na testagem e diagnóstico. Desde o início da pandemia, foram feitos mais de 14 mil testes, o que representa 6 mil testes por 100 mil habitantes — Araraquara tem estimativa populacional de 236.072 pessoas, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O Brasil registra uma média de 2.310/100 mil e o estado 2.524/100 mil.

Na mesma proporção de habitantes, a testagem de Araraquara está acima da Coreia do Sul (2.891/100 mil) e próxima à registrada pela Alemanha (8.216/100 mil), dois grandes exemplos mundiais no enfrentamento à Covid-19.

Eliana também reforça as equipes de busca ativa, consultas domiciliares de positivados e da população que compõe os grupos de risco como instrumentos eficazes para redução da letalidade. “Isso tem antecipado internações antes da evolução da doença, o que significa ocupação de leitos de enfermeira, afastando o risco de colapso dos leitos e UTI”, analisa. A cidade também tem equipes de telemedicina, que acompanham os casos não sintomáticos e em recuperação da doença.

Avanço da região para a fase amarela

A baixa taxa de letalidade de Araraquara também foi decisiva para a redução significativa de 35% no número de óbitos nos municípios que compõem o Departamento Regional de Saúde (DRS) de Araraquara. Esse fator, somado à queda de 14% no total de internações registradas nos últimos sete dias na região, possibilitou o avanço para a faixa amarela do Plano São Paulo, instrumento utilizado pelo Governo do Estado para orientar a retomada das atividades econômicas nas cidades paulistas.

A nona atualização do Plano São Paulo foi divulgada nesta sexta-feira (24), em coletiva do governador João Doria (PSDB) no Palácio dos Bandeirantes, na capital paulista. Desde de 1º de junho, o Plano São Paulo dividiu os DRS e sub-regiões em faixas – vermelha, laranja, amarela, verde e azul – e passou a utilizar cinco indicadores para classificar as regiões.

Aliado a esse importante indicador da baixa taxa de letalidade, o DRS de Araraquara apresentou bom desempenho nos demais quesitos utilizados pelo Governo do Estado para avaliar o nível de risco da doença e orientar o momento de abertura dos municípios.

Dos cinco critérios levados em conta, dois dizem respeito à estrutura hospitalar. O DRS de Araraquara tem 44,8% de taxa de ocupação de leitos de UTI/Covid e 10,1 leitos por Covid por 100 mil habitantes. No quesito evolução da epidemia, o número de casos confirmados cresceu 7%, mas com queda de 14% no número de internações e de 35% no número de óbitos.

Com uma melhora expressiva dos indicadores, Araraquara passou, portanto, da fase laranja, em que se encontrava desde 10 de junho, para a fase amarela.

Este avanço garante autorização para abertura de bares, restaurantes e similares, salão de beleza, academias, comércio e shopping centers, com restrições, incluindo 6 horas diárias de tempo de funcionamento, capacidade limitada nos espaços, uso obrigatório de máscaras em todos os espaços e adoção de protocolos geral e específico para cada setor. As atividades de automobilismo e motociclismo também podem retomar atividades nas regiões de fase amarela, desde que cumpram os termos de segurança e restrição de público, com testagem de pilotos e profissionais, o uso de máscaras, medição de temperaturas e protocolos.

Um decreto municipal será elaborado e publicado nos Atos Oficiais, nos próximos dias, regulamentando a mudança no Plano São Paulo, que também prorrogou a quarentena até 10 de agosto.

Os números do Estado, em geral, apresentaram melhora nesta última reclassificação. Pela primeira vez, foram registradas redução de 5% nos casos, 4% nas internações e 3% nos números de óbitos, nos últimos sete dias, em relação aos sete dias anteriores.

Esforço reconhecido

O avanço de Araraquara para a fase amarela confirma o esforço que vem sendo empregado no enfrentamento da Covid-19 desde o início da pandemia, com a adoção de uma série de ações.

Entre elas, destacam-se a expansão do horário de atendimento das redes básicas, como uma medida para não sobrecarregar a rede de urgência e emergência; a criação do 0800 da Saúde, serviço de telemedicina em que as pessoas podem tirar suas dúvidas sobre a doença; a criação de equipes de bloqueio, que acompanham o paciente diagnosticado e seus comunicantes para monitorar o avanço do tratamento e cobrar o cumprimento da quarentena;  a criação do polo de triagem e diagnóstico do Covid-19 na UPA da Vila Xavier; a criação do Hospital da Solidariedade, o hospital de campanha; as parcerias firmadas com a Faculdade de Farmácia da Unesp e com a Uniara, que elevou o nível de testagem no município; a criação de inquéritos epidemiológicos em que é feito o mapeamento por onde a doença passou pela cidade, com testes em pessoas de grupo de riscos por comorbidades, bairros carentes e profissionais mais expostos à contaminação, e, por fim, a criação do Comitê de Contingência do Coronavírus Araraquara, que desde março se reúne diariamente para novas deliberações sobre as medidas de combate à transmissão da Covid-19.

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