Programa ‘Filhos do Sol’ preenche lacuna dentro das políticas públicas, afirma Edinho
O prefeito Edinho participou de audiência pública da Câmara Municipal e defendeu o projeto de lei da Prefeitura que cria o “Filhos do Sol”, Programa Municipal de Transferência de Renda, Oferta de Ações Socioeducativas, Qualificação Profissional e Vivência no Mundo do Trabalho a Adolescentes e Jovens em Situação de Extremo Risco Pessoal e Social.
A audiência foi feita na noite de segunda-feira (19), teve transmissão nas redes sociais da Câmara e foi realizada de forma online, em razão da pandemia da Covid-19. A mediação foi do presidente do Legislativo, Aluísio Boi (MDB), e da vice-presidente, Thainara Faria (PT).
Em sua fala na audiência, Edinho explicou os motivos que levaram a Prefeitura a idealizar o programa. O objetivo do “Filhos do Sol” é ofertar aos adolescentes e jovens (entre 12 e 21 anos) em situação de extremo risco pessoal e social o benefício de transferência de renda e ações socioeducativas, qualificação profissional e vivência no mundo do trabalho.
“É uma iniciativa que projeta a sociedade que nós queremos e que busca solucionar uma realidade existente, que é a vulnerabilidade e o risco social. Nós temos vários projetos e programas sociais na Prefeitura, mas o Filhos do Sol preenche uma lacuna dentro das políticas públicas. Foi um projeto desenvolvido em parceria com o Poder Judiciário, que acompanha de perto a situação dos nossos jovens e adolescentes”, declarou o prefeito.
Edinho também parabenizou a Câmara Municipal pelo convite para a audiência pública e pela postura de apresentar e debater o tema com a sociedade.
Além de Edinho, também foram convidados para a audiência a secretária de Assistência e Desenvolvimento Social, Jacqueline Barbosa; a secretária de Direitos Humanos e Participação Popular, Amanda Vizoná; a promotora de Justiça da Vara da Infância e Juventude e do Idoso, Dra. Noemi Corrêa; e o juiz de direito da Vara da Infância, Juventude e do Idoso, Dr. Marco Aurélio Bortolin. Todos apresentaram suas impressões sobre a iniciativa da Prefeitura que tramita na Câmara.
A audiência foi acompanhada também pelas vereadoras Fabi Virgílio (PT) e Filipa Brunelli (PT) e pelos vereadores Paulo Landim (PT), João Clemente (PSDB), Edson Hel (Cidadania), Hugo Adorno (Republicanos) e Lucas Grecco (PSL).
Sobre o programa
O público-alvo do programa “Filhos do Sol” são os adolescentes e jovens entre 12 e 21 anos e que foram marcados por vivências de riscos, como trabalho infantil, egressos de medidas socioeducativas, egressos ou em cumprimento de medida de proteção (acolhimento) devido a afastamento judicial da família, pessoas em situação de rua (até 18 anos incompletos), vítimas de violência ou jovens que concluíram o ensino médio e estão em risco, sem acesso à continuidade dos estudos.
A concepção do “Filhos do Sol” ocorre de articulação da Prefeitura com a Vara da Infância e Juventude e do Idoso da Comarca de Araraquara. Em relação à transferência de renda, os valores serão entre R$ 200 e R$ 600 mensais.
O encaminhamento para o programa poderá ser feito pelas próprias equipes de Assistência Social e da Secretaria de Direitos Humanos e Participação Popular ou por instituições que integram o sistema de garantia de direitos, como Conselho Tutelar, Defensoria Pública, Ministério Público e Poder Judiciário, entre outros. Após as indicações, um comitê fará a avaliação sobre a inserção e os desligamentos dos beneficiários, de acordo com os critérios.
O novo programa irá abranger um público-alvo não incluído pelo Jovem Cidadão, programa de oportunidades de estágio a estudantes matriculados e que frequentam o ensino médio, técnico, profissionalizante e superior. No “Filhos do Sol”, jovens e adolescentes em extremo risco serão atendidos.
Serão requisitos para participar do programa a inclusão no Cadastro Único para programas sociais e a comprovação de que moram em Araraquara há, pelo menos, 12 meses. A permanência no “Filhos do Sol” estará condicionada à frequência na educação formal (quando não concluída) e à adesão às ações ofertadas pelo Município.
Segundo a justificativa do projeto de lei, a exclusão social dos jovens se intensificou durante a pandemia. O desemprego chega a 29,7% na faixa etária entre 18 e 24 anos, contra 13,3% na população em geral. A fatia dos chamados “nem nem” (não trabalham e nem estudam) passou de 26% em 2012 para 35% no ano passado, nessa mesma faixa etária.