Solenidade marca início das obras da nova sede do NGA 3 e do Ambulatório Trans
Na manhã desta quinta-feira (16) foi realizada a solenidade que marcou a assinatura da Ordem de Serviço para início das obras de reforma da nova sede do Núcleo de Gestão Ambulatorial Dr. Francisco Logatti (NGA3) e do Ambulatório Trans. A adequação será feita no prédio do antigo Centro de Educação Profissionalizante de Araraquara (CEPAR), no bairro do Quitandinha.
Por conta da pandemia da Covid-19, a atividade contou com público reduzido e seguiu os protocolos de segurança sanitária preconizados pelo Comitê de Contingência do Coronavírus e a população pôde acompanhar ao vivo pela página da Prefeitura no Facebook, onde também está disponível o vídeo para visualização.
O prefeito Edinho destacou que os desafios da Saúde pós-pandemia serão imensos e entre esses desafios está o atendimento às especialidades, o que inclui dar vazão aos exames, às cirurgias eletivas e a todos os programas da área da Saúde. “É preciso que todos nós tenhamos a capacidade de entender o tamanho do desafio futuro. Entender o tamanho do desafio futuro não é só discurso, é girar o eixo da gestão, da administração, que não é fácil, não é simples, porque a pandemia não foi debelada. Nenhum de nós sabe se ela será debelada, mas o que nós sabemos é que com as vacinas nós derrubamos as internações e os óbitos. Essa certeza nós temos e é em cima dela que nós temos que construir nossas ações futuras”, assegurou.
A secretária de Saúde, Eliana Honain, falou sobre a história do NGA3 e enalteceu o conceito do local, que será amplo e moderno para fortalecer a acessibilidade no atendimento da população. “Não foi um projeto fácil, diante de toda sua complexidade, mas nós teremos em Araraquara um centro de especialidades muito diferenciado. Poucos municípios do porte de Araraquara terão essa estrutura. E abrigando a isso uma grande demanda, também do Orçamento Participativo, que é o nosso Ambulatório Trans, uma luta árdua de todos, encabeçada por todos aqueles que sabem a necessidade de fazer um tratamento, um acolhimento adequado à nossa população LGBTQUIA+”, articulou.
As duas obras são conquistas da população por meio do Orçamento Participativo. O ambulatório trans foi definido como investimento prioritário da Prefeitura em plenária temática LGBTQUIA+, enquanto a nova sede do NGA3 foi eleita pela população na plenária da cidade.
Uma estrutura diferenciada
O prédio que abrigará as duas unidades possui uma área de 19.998,96 metros quadrados e contará com investimento de R$ 5.293.922,66, por meio de um contrato firmado entre a Prefeitura, a Caixa Econômica Federal e o FINISA (Programa de Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento). A inauguração está prevista para maio do ano que vem.
O NGA3 possuirá serviço especializado nas modalidades de cirurgia vascular, cirurgia gástrica, cirurgia ortopédica, cirurgia plástica, cardiologia adulto e infantil, dermatologia, neurologia adulto, nutrição, oftalmologia, otorrinolaringologia, nefrologia, pneumologia, reumatologia e urologia. O local contará com vestiários, lavanderia, cozinha, refeitório, salas de administração, de medicações e reuniões, além de consultórios, sala de espera e outras instalações.
O Ambulatório Trans será composto por assistente social, psicólogo, psiquiatra, endocrinologista, ginecologista, fonoaudiólogo e urologista, de acordo com a portaria do Ministério da Saúde que regulariza o processo transexualizador. Sua estrutura terá sala de espera, sanitários, consultórios, copa e outras instalações.
Participação democrática que muda vidas
Filipa Brunelli, primeira vereadora trans eleita em Araraquara, representou a Câmara Municipal e se mostrou orgulhosa com a conquista. “Araraquara será uma das cidades do Brasil a ter um ambulatório trans e uma das primeiras a ter um ambulatório trans que não está ligado a uma universidade, ou seja, é um serviço público prestado à população e não uma universidade que está estudando as pessoas trans”, esclareceu. “Sabemos que somos uma população negligenciada, mas quando falamos do Sistema Único de Saúde, nós também falamos do processo de equidade do SUS, onde as populações marginalizadas são tratadas como prioridade”, acrescentou.
Erika Matheus, assessora especial de Políticas LGBTQUIA+, mencionou que a sede é muito esperada pela população trans desde que o projeto foi aprovado no Orçamento Participativo. “Essa participação de forma democrática muda vidas. Historicamente, a população trans foi negligenciada, tanto pela sociedade quanto pelas instituições. Quando as instituições abrem espaço para que essas vozes que historicamente foram silenciadas sejam ouvidas, vemos que esse histórico começa a se transformar. E a instituição Saúde nos acolheu”, observou.
Kézia Chrispim, que representou o conselho do Orçamento Participativo e a sociedade civil, falou da importância de tornar realidade um pedido da população. “O Orçamento Participativo é aquele momento em que nós, como sociedade civil, podemos participar da gestão da nossa cidade e temos a voz para decidir o que é importante. E pensando na população trans, é muito gratificante estarmos aqui hoje para dar a esse público o acesso à saúde”, salientou.
Também estiveram presentes na solenidade o vereador Paulo Landim; a secretária municipal de Direitos Humanos e Participação Popular, Amanda Vizoná; a secretária de Desenvolvimento Urbano, Sálua Kairuz Poleto, o secretário de Obras e Serviços Públicos, Sérgio José Pelícolla; o secretário de Cooperação dos Assuntos de Segurança Pública, Coronel João Alberto Nogueira Júnior; o coordenador de Participação Popular, Anderson Murphy; o presidente do Conselho do Orçamento Participativo (COP), Henrique Rossetti; e a proprietária da Araplan Engenharia e Gerenciamento, responsável pela obra, Danila de Freitas Mendes.