Prefeitura realiza Café da Manhã Solidário com pessoas em situação de rua - Edinho Silva
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Prefeitura realiza Café da Manhã Solidário com pessoas em situação de rua

Na manhã desta quarta-feira (22), a Prefeitura de Araraquara realizou a 5ª edição do “Café da Manhã Solidário” com pessoas em situação de rua. O evento, sediado no Salão de Festas da Igreja Santa Cruz, contou com a presença do prefeito Edinho e do bispo diocesano Dom Luiz Carlos Dias, que assumiu a diocese regional na última sexta-feira (17).

O encontro reuniu representantes de lideranças religiosas e ONGs do setor, além de gestores municipais, com o propósito de marcar simbolicamente o encerramento do ano e proporcionar um momento de reflexão. Por conta da pandemia da Covid-19, a cerimônia contou com público reduzido e seguiu os protocolos de segurança sanitária preconizados pelo Comitê de Contingência do Coronavírus. A população pôde acompanhar ao vivo pela página da Prefeitura de Araraquara no Facebook, onde o vídeo se encontra disponível para visualização.

O prefeito Edinho falou da necessidade de conduzir a população em situação de rua para as políticas públicas desenvolvidas pela Prefeitura e garantiu que não irá admitir que essas pessoas sejam desrespeitadas durante o seu mandato. “Cada um aqui carrega consigo uma história de vida. Cada um tem um motivo diferente para estar na rua. Não cabe a nós exatamente julgar. Cabe acolher, mas julgar jamais. Nós, quando julgamos, nos colocamos em um situação de diferentes, nos colocamos em uma situação de melhores, e não é verdade. Cada um tem sua história de vida e a história de vida explica a situação que estamos nesse momento. Temos que respeitar a história de vida de cada mulher, de cada homem que está na rua hoje. E é preciso criar situações para que as pessoas possam sair da rua, não como um ato violento, não sendo arrancadas da rua, mas sendo acolhidas e convencidas de que ali não é o seu lugar. Temos políticas públicas e entidades que acreditam no ser humano”, explicou.

Dom Luiz Carlos Dias se mostrou preocupado com as decorrências sociais e comportamentais da pandemia. “A sociedade, a exemplo de uma plantinha que foi plantada, precisa de cuidados, para que possa se desenvolver e ir por uma via para que ela seja uma sociedade fraterna, justa, solidária e de paz. Se não houver de fato o compromisso de todos, de todas, de todas as entidades e de todas as religiões, ela pode em determinado momento retroceder. Retroceder, por exemplo, do ponto de vista das políticas públicas, retroceder, por exemplo, do ponto de vista da garantia dos direitos individuais e sociais. E nós experimentamos isso no nosso país, porque depois de um tempo em que havia até um otimismo, inclusive de um olhar exterior para nós com o nosso desenvolvimento, tivemos esses dois anos de pandemia, que foram dois anos de retrocessos, tanto do ponto de vista político, econômico e cultural, como do ponto de vista da solidariedade e fraternidade do nosso país, que percebemos que se tornou um país fragmentado, de tantas tensões e polarizações. Ninguém gosta disso e não podemos nos conformar com isso”, analisou o bispo diocesano.

A deputada estadual Márcia Lia comentou a situação das pessoas que tentam reorganizar suas vidas para sair das ruas. “O Brasil vive um medo muito trágico, onde milhares e milhares de pessoas estão vivendo em situação de rua. Por esse estado de São Paulo afora, onde nós caminhamos, encontramos muita gente vivendo na rua, pessoas que outrora pagavam seus aluguéis, pessoas que outrora tinham seu lar, pessoas que outrora tinham uma família organizada, e por conta do desmonte do estado brasileiro, hoje não têm mais condições de continuar a vida como viviam no passado”, pontuou.

O vereador Hugo Adorno (Republicanos), que representou a Câmara Municipal no evento, ressaltou a importância das pessoas olharem para o próximo. “Esse trabalho é muito bonito, de cuidar das pessoas que se encontram necessitadas, pessoas que sofrem com a dependência química, pessoas que neste momento não têm um braço, uma mão amiga para apertar, um abraço, um acolhimento. Esse trabalho é importante demais”, afirmou.

A secretária de Assistência e Desenvolvimento Social, Jacqueline Barbosa, que representou as outras secretarias da Prefeitura, destacou que o evento celebra a vida e a busca por uma sociedade mais justa. “Muitas vezes as pessoas nos questionam porque realizamos esse café da manhã no final do ano. Nós fazemos esse momento para reafirmar a escolha que é de Araraquara. A gestão do prefeito Edinho fez uma escolha e essa escolha é pela vida, pela garantia de direitos, por uma sociedade justa. E esse momento é para reafirmar esse compromisso. A pessoa em situação de rua é de Araraquara e tem todo o direito de ser reconhecida como cidadã e cidadão de Araraquara. E aqui também reafirmamos esse compromisso em todas as ações que temos ao longo do ano”, mencionou.

O articulador do Comitê Intersetorial do Programa Novos Caminhos, José Guilherme Cagnin, falou sobre a importância de voltar os olhares para esse problema. “A grande maioria das pessoas desse lugar não escolhe ser das ruas. Elas estão nas ruas pelos mais diversos fatores, que são fatores complexos e que estão interligados, como a falta de moradia, a dependência e o uso problemático de substâncias psicoativas, entre outros. A questão da rua não envolve só a assistência social, ela envolve toda a sociedade, é um problema da questão social, é um problema que vem da desigualdade social, por isso articular políticas públicas é difícil demais”, apontou.

Pastor Luiz Vicente de Souza Capano, da Assembléia de Deus Emanoel, valorizou os projetos voltados para a população em situação de rua desenvolvidos na cidade e viu o evento como um momento de agradecimento. “Foi um ano difícil, tempos difíceis. Isso não acabou ainda, mas temos uma cidade que é modelo para o Brasil. Nós temos um prefeito que cumpriu uma grande missão designada por Deus. Líderes tomam decisões e decisões acarretam em soluções e nós vivenciamos isso na cidade de Araraquara”, articulou o pastor, que representou as demais lideranças da igreja e autoridades evangélicas.

O bispo auxiliar Dom Eduardo Malaspina explicou que para se ter uma esperança no futuro é preciso tomar atitudes no presente. “Penso que o café da manhã é um apelo para que a gente não vire a cara para o outro lado, não tenhamos também um olhar de longe pelo sofrimento dos mais frágeis. Mas eu penso também que as entidades daqui de Araraquara, bem como todos aqueles que estão empenhados na causa daqueles que sofrem, são chamados a nutrir a esperança no amanhã, curando a dor de hoje”, citou.

Diego dos Santos, que é usuário do serviço Casa de Acolhida de Araraquara, falou um pouco de sua experiência de vida e revelou que morou na rua por vários anos, antes de passar por um tratamento e receber atendimento dos projetos da Prefeitura. “Hoje estou frequentando o CADS-AD e estou procurando um emprego para poder caminhar com minhas próprias pernas. Só tenho a agradecer pelo trabalho na Casa de Acolhida e espero que outras pessoas também possam ter as oportunidades que estou tendo”, relatou.

Na ocasião, a Prefeitura agradeceu os representantes de entidades assistenciais André Luiz dos Santos e Magda Regina Gomes Leite (Associação São Pio), Júlio César Santos de Jesus e Maria Lúcia Akutsu (Associação Sacrário de Amor), Adriano Ribeiro de Oliveira (Associação Amigos da Vida – AAVida), Luana Biajiz Silvestre (Casa de Apoio Caminhos de Luz), Pedro De Celso Gardini (Fundação Bento XVI), Henrique José dos Santos (Grupo Voluntários Interdependentes Vivendo Amor – Grupo Viva), Sebastião Pereira (Organização Religiosa Jesus Cristo Sofredor), Lígia de oliveira Prais (Centro Pop) e Asenilda Miranda Dias da Silva (Casa de Acolhida).

O encontro, que contou ainda com apresentações musicais e intervenções artísticas, teve também a presença do vereador Paulo Landim (PT); do vice-prefeito e secretário do Trabalho, Desenvolvimento Econômico e Turismo, Damiano Neto; da presidente do Fundo Social de Solidariedade, Cidinha Silva; Padre Ivair Luiz, reitor da Igreja Santa Cruz; Álvaro de Carvalho Rodrigues, responsável pelo salão; Padre Cristian Capelatto, vigário episcopal do Vicariato São Bento, além de demais padres e autoridades religiosas.





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