No Dia Internacional da Mulher, Fungota comemora 10 anos de fundação
Um café da manhã na Praça Pedro de Toledo, em frente à Maternidade Gota de Leite, nesta sexta-feira (8), celebrou os 10 anos de fundação da Fungota (Fundação Municipal Irene Siqueira Alves – “Vovó Mocinha”) e o Dia Internacional da Mulher.
O evento foi aberto com uma missa celebrada pelo padre Rodolfo Faria, da Paróquia Matriz São Bento, e também contou com apresentação da Banda Marcial Chiquinha Gonzaga, do Jardim das Hortênsias.
Três pessoas importantes na história da Fungota também foram homenageadas: a técnica de enfermagem Maria Rafaela Dante, a enfermeira obstetra Patrícia Regina de Souza Leão e o médico cirurgião pediátrico Carlos Fernando Camargo.
Em sua fala no evento, o prefeito Edinho destacou que a Fungota, fundada em 2012 na gestão do ex-prefeito Marcelo Barbieri, tornou-se nos últimos anos a maior gestora da Saúde de Araraquara.
A Fungota faz a gestão da Maternidade Gota de Leite (que se tornou um hospital materno-infantil), das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs Central, da Vila Xavier e do Valle Verde) e, com a chegada da pandemia da Covid-19, também administra o Hospital da Solidariedade (hospital de campanha) e o antigo Pronto-Socorro do Melhado.
“O serviço público é prestação de serviço, é doação, é entrega. Uma maternidade que nasce de uma casa de doação de leite, hoje, é uma instituição secular que presta serviço de qualidade, salva vidas e entrega vidas para a nossa cidade”, afirmou Edinho, que parabenizou toda a diretoria da Fungota e a equipe da Secretaria de Saúde pelo trabalho.
O prefeito ainda ressaltou o protagonismo feminino em seu governo. “Mulheres comandam 10 das 15 secretarias municipais, as três fundações municipais, a Guarda Civil Municipal, entre outros postos importantes. É um governo liderado pelas mulheres. Hoje é um dia para relembrar todas as lutas, os direitos conquistados e destacar os desafios ainda existentes. O 8 de março é um dia de muita celebração, mas de muito pacto para construir uma sociedade sem preconceito e discriminação e para que o machismo seja erradicado”, disse Edinho.
A diretora executiva da Fungota, Lúcia Ortiz, agradeceu a toda a equipe de trabalhadores das unidades e recordou os desafios enfrentados à frente da gestão da fundação e os avanços conquistados. “Alcançamos muita coisa e temos muito o que conquistar ainda. Podem contar com a Fungota. Não vamos fugir de nenhuma luta para salvar vidas e fortalecer o SUS”, declarou.
A secretária de Saúde, Eliana Honain, demonstrou gratidão às equipes que atuam na Fungota e na Saúde. “Para todos os profissionais que trabalham, se dedicam e não medem esforços para a qualidade da assistência médica, meu eterno agradecimento”, disse. Eliana ainda destacou os desafios pessoais enfrentados pelas mulheres na gestão da área da Saúde. “Nós temos o desafio de estar gestando não só nossos filhos, nossos entes queridos, mas também a população.”
A coordenadora de Políticas para as Mulheres, Alessandra Dadona, falou sobre o simbolismo do 8 de março e a luta das mulheres. “É um dia de luta e de reconhecimento, de pensar o que precisamos ainda alcançar. Para trás, nós não podemos voltar”, afirmou.
Representando a Câmara Municipal, a vice-presidente Thainara Faria (PT) também agradeceu a toda a equipe da Fungota e da Secretaria de Saúde pelo trabalho diário de defesa da vida. “Neste Dia Internacional da Mulher e nestes 10 anos da Fungota, espero e desejo que cada um de nós que se fez presente nesta solenidade possa utilizar o amor como ética, como instrumento transformador da sociedade, como instrumento de acolhimento e de sensibilidade em relação às necessidades do outro para que a gente possa transformar em políticas públicas e ações práticas do dia a dia para defender e cuidar das pessoas”, declarou.
Em nome das usuárias e dos usuários dos serviços da Fungota, Vanessa Cristina da Silva Martins relatou sua experiência com a Maternidade Gota de Leite. “Só tenho a agradecer, pois todas elas [funcionárias] me trataram com muito carinho e respeito. Eu me senti muito acolhida. Parecia que eu estava na minha casa, e não que eu era uma paciente. Eu me apeguei bastante às psicólogas e às enfermeiras que me acompanharam durante toda a gestação da Lara”, afirmou Vanessa.
Estiveram presentes no evento o presidente da Câmara Municipal, Aluisio Boi (MDB), a vereadora Fabi Virgílio (PT) e os vereadores Paulo Landim (PT) e Guilherme Bianco (PCdoB); as secretárias municipais Clélia Mara dos Santos (Educação), Juliana Agatte (Governo, Planejamento e Finanças), Amanda Vizoná (Direitos Humanos e Participação Popular), Sálua Kairuz (Desenvolvimento Urbano) e Milena Pavanelli (Esportes e Lazer) e o secretário de Cooperação dos Assuntos de Segurança Pública, coronel João Alberto Nogueira Júnior; a presidente da Fundesport (Fundação de Amparo ao Esporte do Município de Araraquara), Roseli Gustavo; o diretor do Sesa (Serviço Especial de Saúde de Araraquara), Walter Manso Figueiredo; o presidente do Sismar (Sindicato dos Servidores Municipais de Araraquara e Região), Gustavo Jacobucci; Fernando Guzzi, representando o diretor do DRS 3 (Departamento Regional de Saúde), Jeferson Yashuda; e Fernando Medeiros, representando o escritório regional da Secretaria de Desenvolvimento Regional do Estado; entre outras autoridades.
Gota de Leite
A história da Gota de Leite tem início em 1916, como consequência de um movimento humanístico, idealista e de prestação de serviço que visava reduzir a alta mortalidade de recém-nascidos. Na época, os bebês das mães que não tinham leite suficiente para amamentá-los acabavam morrendo ou cresciam doentes.
Diante desse cenário, foi lançada a campanha “Doe uma gota de leite para o bebê que não tem onde mamar”, organizada pelo médico Francisco Pedro Monteiro da Silva, pelo vereador João Ignácio do Amaral Gurgel e pelos professores Augusto e Narciso da Silva Cesar.
O grupo alugou um imóvel na Avenida Duque de Caxias e para lá encaminhava as mães que tinham leite, a fim de ajudar outros recém-nascidos; nascia assim o primeiro banco de leite do município.
Em 1921, a ideia do banco de leite evoluiu para a construção de uma maternidade em um terreno de 3 mil metros quadrados doado pela família Minervino. A pedra fundamental do prédio foi lançada na Rua Carlos Gomes em 24 de setembro de 1922. A conclusão da obra se deu em 1928 e a cerimônia oficial de inauguração foi realizada em 25 de janeiro de 1929.
Em 1936 foi lançada a pedra fundamental para a construção de um anexo, pois o espaço já se mostrava insuficiente para atender à demanda. A conclusão do anexo (o Hospital da Mulher Nály Lauand Thomé) se deu somente em 1993.
Na década de 1990, durante a marcante gestão do Dr. Eduardo Lauand, o hospital conseguiu zerar a mortalidade materna durante o parto e atingiu um dos menores índices de mortalidade infantil do mundo.
Gerida pela Fungota desde 2012, atualmente a Gota de Leite é uma maternidade referência para partos de alto risco para os 23 municípios da região, contando com UTI Neonatal e Pediátrica e Unidade de Cuidados Intermediários.