Campanha publicitária feita por alunos da Uniara reforça combate ao racismo - Edinho Silva
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Campanha publicitária feita por alunos da Uniara reforça combate ao racismo

Uma campanha idealizada por alunos do curso de Publicidade e Propaganda da Uniara (Universidade de Araraquara) para o Centro de Referência Afro reforça o combate ao racismo em Araraquara. O lançamento oficial da campanha foi realizado no plenário da Câmara Municipal, na segunda-feira (21).

Intitulada “Racismo, um câncer moral”, a campanha é resultado de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) no ano passado. Como atividade do curso, as alunas Duda Lázaro, Laura Silvério e Mariana Martinelli e o aluno Edson Almeida criaram uma agência de publicidade, a Agência Pupila, que teve como cliente o Centro de Referência Afro “Mestre Jorge”, da Prefeitura.

A campanha engloba dois outdoors, um busdoor, 1.000 panfletos, quatro peças para rede social, uma propaganda, um documentário e um teaser. A ação está sendo veiculada por meio das redes sociais da Prefeitura. E o documentário que integra a campanha está disponível no canal do YouTube da Prefeitura.

Presente no lançamento da campanha, o prefeito Edinho parabenizou os alunos da Uniara responsáveis pela peça publicitária, os professores e a universidade. “Fico muito feliz em ver alunos em processo de formação que transformaram seus conhecimentos em uma peça publicitária para reforçar a ideia de sociedade que nós queremos construir. Uma sociedade justa e sem nenhuma forma de preconceito e discriminação. Espero que um dia essa peça seja ultrapassada, obsoleta, mas hoje ela é extremamente importante para a construção de uma sociedade igualitária”, disse o prefeito.

A vice-presidente da Câmara Municipal, vereadora Thainara Faria (PT), enalteceu o trabalho feito pelos alunos e falou sobre os desafios da construção da igualdade na sociedade brasileira. “Não podemos dormir tranquilos sabendo que as nossas e os nossos estão com fome, sem acesso a uma alimentação básica, chegando ao supermercado e saindo com uma sacolinha, sem saber o que irão comer na semana seguinte. Temos pautas prioritárias. Não podemos ver pessoas em situação de rua sem um teto digno e sem garantir o mínimo da dignidade da existência: teto, educação e saúde. Precisamos, a partir da nossa diversidade, pautar esse país e as nossas prioridades”, afirmou.

A presidente do Comcedir (Conselho Municipal de Combate à Discriminação e ao Racismo), Mãe Silvia, defendeu a educação e o voto consciente como prioridades para o enfrentamento ao racismo. “Devemos ir no cerne do racismo. Combater com a educação familiar e, também, com a mudança na hora do voto. Nossos parlamentares precisam ter o compromisso com essa luta. Nelson Mandela dizia que podemos ter cores diferentes, etnias diferentes e religiões diferentes, mas temos que ter amor, pois sem amor não se faz nada”, opinou.

A coordenadora de Políticas Étnico-Raciais, Alessandra Laurindo, pediu o apoio de toda a sociedade na luta contra o racismo. “Todos os dias acontecem casos de racismo. Muitos deles não vêm à tona. Quando a gente chama todos para uma sociedade antirracista, independentemente do tom da pele, é por que isso afeta a todos. Independentemente do seu tom de pele, que você possa denunciar, auxiliar o outro a procurar seus direitos e lutar para que esse ‘câncer moral’ um dia possa terminar”, afirmou.

Representando a Agência Pupila, criada pelos alunos, Duda Lázaro explicou que o título da campanha, “Racismo, um câncer moral”, surgiu após conversa com um dos entrevistados que sofrem racismo diariamente. “Para nós, essa foi uma frase muito marcante. A gente colocou a frase como o mote da campanha.”

Para Duda, o foco do trabalho é ser uma campanha educativa e que traga conscientização. “Muita gente ainda acredita ser ‘mimimi’, ‘frescura’, que o racismo não existe. E não é por aí. As pessoas sofrem com isso diariamente, a todo momento, a cada detalhe que pode parecer besteira, mas que deixa marcas terríveis”, relatou.

Também estiveram no lançamento da campanha o presidente da Câmara Municipal, Aluisio Boi (MDB), a vereadora Fabi Virgílio (PT) e o vereador Guilherme Bianco (PCdoB); a secretária de Direitos Humanos e Participação Popular, Amanda Vizoná; a coordenadora do curso de Publicidade e Propaganda da Uniara, Eduarda Escila Ferreira Lopes Monteiro, e os professores Luís Paulo de Campos e Marcos Montenegro; e Claudio Claudino, representando a Comissão de Combate à Discriminação Racial da OAB Araraquara (5ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil).

21 de março
A data escolhida para o lançamento oficial da campanha, 21 de março, marca o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, instituído pela ONU (Organização das Nações Unidas).

No dia 21 de março de 1960, na África do Sul, 20 mil negros protestavam contra uma lei que limitava os lugares por onde eles podiam circular. A manifestação era pacífica, mas tropas do exército atiraram contra a multidão; 69 pessoas morreram e outras 186 ficaram feridas, no episódio que ficou conhecido como Massacre de Shaperville.

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