Conferência aborda "Democracia e direito à cultura" em Araraquara - Edinho Silva
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Conferência aborda “Democracia e direito à cultura” em Araraquara

Na noite desta segunda-feira (23), a Biblioteca Municipal Mário de Andrade sediou a solenidade de abertura da 5ª edição da Conferência Municipal de Cultura, instrumento democrático de participação, reflexão, avaliação e planejamento de políticas públicas para a cultura de Araraquara. O tema deste ano é “Democracia e direito à cultura”.

O prefeito Edinho comentou que a cultura é um instrumento de construção de uma sociedade que valorize sua diversidade. “Se na educação nós colhemos os frutos a médio e longo prazo, na cultura nós colhemos no curto espaço de tempo. É a cultura que vai disputar ideias e concepções. Nós não transformamos aquilo que estamos do lado de fora, só transformamos aquilo que estamos do lado de dentro, organicamente inseridos. Que nós possamos fazer uma conferência cultural que efetivamente avalie a cultura que nós estamos construindo, mas não a nossa, a cultura que a sociedade está construindo, e avalie também o momento da história brasileira, o papel que a cultura pode fazer nessa disputa e como podemos construir políticas públicas para essa disputa. A cultura não é uma construção passiva, mas uma construção ativa. É disputa de concepção de mundo, de ideias, e isso exige de nós também papel de protagonistas”, apontou.

A vereadora Fabi Virgílio (PT) destacou a qualidade das políticas públicas voltadas para a cultura em Araraquara. “As pessoas hoje têm acesso à cultura em Araraquara e isso é a garantia do direito fundamental, porque em muitas cidades e em muitos estados, a cultura ainda não é tida como direito fundamental, mas apenas como um direito social. A cultura é um direito fundamental das pessoas, para garantir a elas a oportunidade de escolha e para garantirmos o que elas vão querer ser quando crescer. Isso é uma escolha delas, mas cabe ao estado oferecer essa oportunidade e é isso que Araraquara faz”, salientou.

O vereador Alcindo Sabino (PT) citou a necessidade de Araraquara se colocar como uma liderança regional no cenário cultural. “Em termos de calendário, estamos mais do que contemplados pela Secretaria Municipal de Cultura, que faz isso muito bem, mas é preciso pensar na geração de trabalho e renda e na questão de Araraquara se tornar um pólo cultural regional. Temos condições, competência e capacidade profissional para que isso aconteça”, opinou.

A secretária municipal de Cultura, Teresa Telarolli, afirmou que a Conferência Municipal de Cultura é uma das ferramentas democráticas mais importantes que a cidade tem para a construção de políticas públicas de cultura, respeitando as diversidades e as características dos nichos e dos grupamentos que são característicos do universo da cultura. “É um momento em que a gente constrói as pautas que vão definir o nosso Plano Municipal de Cultura, isso falando do município, ou seja, qual a prioridade cultural que esperamos para Araraquara nos próximos anos. Além disso, teremos a Conferência Estadual de Cultura, que vai acontecer em dezembro e para essa conferência vamos tirar daqui os delegados que nos representarão. É também uma oportunidade de ter a voz dos agentes culturais locais, dos fazedores da cultura e daqueles que pensam a cultura de uma maneira mais abrangente, dentro do estado de São Paulo. E dessa conferência de dezembro serão retirados os representantes que vão para a Conferência Nacional em março. Isso mostra a importância do que estamos fazendo aqui e agora”, exaltou.

O secretário de Direitos Humanos e Participação Popular, Marcelo Mazeta, falou sobre a relevância do encontro. “Penso que essa construção efetiva, esse histórico e esse reconhecimento são frutos de um trabalho sério de uma gestão de um governo que se preocupa com essa temática. Infelizmente vemos que a cultura ainda é rejeitada e deixada de lado por muitos governantes. Aqui é diferente e fizemos a tarefa de casa nesse período e também no período da pandemia. Penso que essa conferência vai nos ajudar a resgatar tudo aquilo que é fundamental no âmbito da participação social e popular e trazer à tona aquilo que nós vamos trilhar e planejar enquanto política pública dentro desse grande instrumento que é o Plano Municipal de Cultura. Por outro lado, nós também vamos ajudar a Região e o Estado a pensar, a refletir e a respirar esses novos ares da cultura que chegaram com o Governo Federal”, ressaltou.

O diretor executivo da Fundart, Weber Fonseca, citou que o presidente Lula assinou recentemente um decreto com regras de apoio ao setor cultural, o que pode ajudar a impulsionar esse segmento. “A conferência vem em um momento propício para que a gente continue construindo uma política pública para todas as pessoas dessa cidade, atendendo a todos os Territórios. Eu desejo que, a partir dessa conferência, possamos contribuir com parâmetros que de fato vão de encontro com o que será construído a partir de agora com o plano que oficialmente vai ser lançado dia 25 no Museu Histórico Nacional em Brasília. Que seja uma conferência muito produtiva para nós, gestores, produtores, artistas e fazedores da cultura daqui de Araraquara”, mencionou.

O presidente do Conselho Municipal de Cultura, Rodrigo Vulcano, disse que a conferência é uma mostra da potência da arte na cidade. “Poder discutir e contribuir é fundamental para que possamos fazer juntos essa construção. Essa já é uma premissa de Araraquara, que tem arte por todos os lugares que você vai, em todas as ruas, em todos os encontros”, concluiu.

Após as falas, o evento contou com uma palestra da Dra. Alessandra Ribeiro, jongueira, ativista, historiadora e urbanista pela PUC Campinas com estudos voltados para matriz africana: territórios, memória e representação. O encontro também teve uma apresentação da Orquestra de Violões das Oficinas Culturais de Araraquara.

Também participaram da abertura os vereadores Guilherme Blanco (PCdoB) e Filipa Brunelli (PT) ; a secretária de Saúde, Eliana Honain; o secretário municipal de Cooperação em Assuntos de Segurança Pública, coronel João Alberto Nogueira Júnior; e o coordenador executivo de Assistência Social, Fernando Pachiega, que representou a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social.
Sequência nesta terça

Nesta terça-feira (24), as atividades da 5ª edição da Conferência Municipal de Cultura serão realizadas das 14h às 20h no Museu Ferroviário “Francisco Aureliano de Araújo” (Rua Antônio Prado, 611, Centro). Na ocasião, os Grupos de Trabalho farão a análise dos seis eixos, além da definição dos relatos e votação das diretrizes. O Eixo 1 trata da “Institucionalização, Marcos Legais e Sistema Nacional de Cultura”, o Eixo 2 envolve a “Democratização do acesso à cultura e Participação social”, o Eixo 3 abordará a “Identidade, Patrimônio e Memória”, o Eixo 4 trará uma análise sobre a “Diversidade cultural e transversalidade de gênero, raça e acessibilidade na política cultural, o Eixo 5 envolve a “Economia criativa, trabalho, renda e sustentabilidade” e o Eixo 6 trata do “Direito às artes e linguagens digitais”.

A Conferência Municipal de Cultura é realizada pela Prefeitura Municipal de Araraquara, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Fundart, Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Participação Popular e Conselho Municipal de Cultura.

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